sexta-feira, 4 de julho de 2014

Cagaita ajuda centenas de famílias a aumentarem a renda


Vídeo do Cerratinga mostra como cooperativas e organizações parceiras têm papel fundamental na comercialização do fruto.
A cagaita sempre esteve nos hábitos alimentares de comunidades do Cerrado, mas só mais recentemente esta fruta nativa ganhou mercado nas cooperativas da região, em forma de geleia, polpa, doce e sorvete. De fonte de alimento passou então a ser também base de sustentação, é o que explica Eurico Ribeiro em vídeo do Cerratinga.
Pequeno agricultor na região da Chapada Gaúcha-MG, ele conta que teve que deixar sua terra para a implementação do Parque Grande Sertão Veredas nos anos de 1989, mas isso garantiu a preservação da mata nativa.
Centenas de famílias perceberam o potencial das espécies típicas do bioma como fonte de geração de renda. “Buriti, coquinho, cagaita e caju têm em abundância na região. Com ajuda da Cooperativa Sertão Veredas esses produtos estão sendo processados e comercializados”, salienta Ambrosina Barbosa.
A Cooperativa Sertão Veredas conta com cerca de 200 famílias atuantes e cinco comunidades trabalham com o agroextrativismo da cagaita. Além do benefício econômico e ambiental, esta iniciativa ajuda no resgate da cultura alimentar regional, na promoção da segurança alimentar e nutricional.
Estas e outras informações podem ser vistas no vídeo sobre a Cagaita pelo link. Uma produção do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), por meio do projeto Cerratinga, que tem um papel importante na divulgação dos produtos, das formas de prepará-los e do fortalecimento do trabalho de base comunitária.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Saiba como foi o I Fórum de Pesquisa, Extensão e Inovação, ocorrido em Januária (MG)

Nos dias 7 e 8 de novembro, o Programa Água Brasil e o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais realizaram o I Fórum de Pesquisa, Extensão e Inovação em Januária.
O evento, que também teve apoio do WWF-Brasil, teve como objetivo conhecer as atividades de pesquisa e extensão que contribuem para o conhecimento científico-tecnológico que gera subsídios para o desenvolvimento regional. Mais de 80 pessoas de 12 instituições diferentes (entre elas: o Instituto Estadual de Florestas, Instituto Biotrópicos, UFMG, Unimontes, Cáritas Januária, Emater, Banco do Brasil, dentre outras) participaram dos painéis e oficinas.
“O Fórum foi muito bem recebido pelos parceiros, estudantes, professores, reitoria e pela comunidade como um todo. Tivemos a participação de agricultores familiares do Peruaçu, pescadores e outros interessados na temática discutida. Um evento como esse fortalece a ação em rede em prol da transformação socioambiental do norte de Minas Gerais”, avaliou Vinicius Pereira, analista de Conservação do WWF-Brasil, técnico do Água Brasil na Bacia do Peruaçu e um dos responsáveis pelo evento.
Paineis
O evento teve cinco paineis:
1º) “Ações e perspectivas para a Pesquisa, Extensão e Inovação Regional”: apresentação do contexto global e local, ações desenvolvidas na região dentro de uma realidade com recursos humanos e financeiros insuficientes associada a uma demanda crescente de novas intervenções.
Instituições participantes: UFMG, Unimontes e IFNMG.
2º) “Perspectivas Regionais para uma Pesquisa Contextualizada”: discussão sobre os rumos para uma ação mais qualificada na região, seja na pesquisa, na extensão e no ensino junto às temáticas socioambientais e econômicas das populações tradicionais, o rio São Francisco e seus afluentes, espécies da flora nativa e da agroecologia.
Instituições participantes: WWF-Brasil, Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas, SEBRAE/MG, Caritas Januária e Articulação Popular São Francisco Vivo.
3º) “Perspectivas Regionais e Ações para a Pesquisa Ambiental”: atuação das entidades na área do Mosaico de Unidades de Conservação Sertão Veredas Peruaçu e como este trabalho pode vir a dialogar com as comunidades do entorno, as instituições que atuam na região e com a academia.
Instituições participantes: WWF-Brasil, Instituto Biotrópicos e Instituto Estadual de Florestas.
Na sequência, foram apresentadas as pesquisas desenvolvidas pelo IFNMG Januária em saúde, educação e agropecuária
4º) “Apresentação das experiências dos parceiros locais e de pesquisas para a transformação socioambiental e econômica da região”: desenvolvimento da região, educação, valorização da vegetação nativa em pé, apoio a empreendimentos e negócios sustentáveis e pesquisa aplicada.
Instituições participantes: Cooperativa Sertão Veredas, EPAMIG, Superintendência Estadual de Negócios e Varejo do BB e CEIVA.
5º) Painel de Encerramento: cada instituição presente pode realizar sua avaliação do evento e apontar os encaminhamentos.
Para o professor Fábio Carvalho, do IFNMG Januária, o evento foi um momento ímpar para interação entre as instituições e a comunidade. “Pensamos e repensamos a pesquisa e a extensão e estreitamos os laços institucionais e comunitários. Não há uma outra nota para o evento: nota dez!”.
Já para Eduardo Marques, da superintendência de Negócios e Varejo do Banco do Brasil de Minas Gerais: “a experiência e o conhecimento compartilhados por cada participante (organizadores, executores, parceiros, convidados) foi de uma riqueza enorme. Cada um, de uma forma ou outra, se dispôs a mostrar maneiras de reduzir as enormes dificuldades vividas pelas agricultoras e pelos agricultores do Peruaçu na lida diária no campo”, disse ele.
A agricultora Lucilene Pinheiro Lima, da Comunidade do Araçá, falou da valorização que sentiu. “Nos sentimos muito valorizados enquanto agricultoras e agricultores do Peruaçu ao participar de um evento tão importante como este! Que venham outros e, quem sabe, possamos fazer um lá no Peruaçu!”.
Fonte: http://www.blogaguabrasil.org.br/sustentabilidade-2/saiba-como-foi-o-i-forum-de-pesquisa-extensao-e-inovacao-ocorrido-em-januaria-mg/

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Extrativistas visitam o Centro de Agricultura Alternativa e a Cooperativa Grande Sertão.


No fim de 2013, cerca de 30 extrativistas, agricultores familiares, parceiros e equipe do projeto dos núcleos Sertão Veredas, Pandeiros e Peruaçu fizeram a visita de intercâmbio ao Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA/NM).
Todos tiveram a oportunidade de conhecer na prática as inúmeras experiências desenvolvidas pela instituição. A visita teve início pela unidade de beneficiamento de frutas da Cooperativa Grande Sertão, que é instalada nas dependências do CAA, onde o responsável técnico José Fábio apresentou aos participantes cada etapa da produção de polpas.
O grupo visitou ainda a casa de sementes crioulas mãe, que faz o fornecimento de sementes tradicionais para as demais casas de sementes da região. Pode conhecer também práticas de agroflorestas na região do Cerrado e mata seca, que se baseiam na combinação de espécies arbóreas (frutíferas e/ou madeireiras) com cultivos agrícolas e/ou criação de animais, de forma simultânea ou em seqüência temporal, e que promovem benefícios econômicos e ecológicos.
Aprenderam ainda mais sobre o PAIS (Produção Agroecológica Integrada e Sustentável), uma metodologia de produção de hortaliças, frutíferas e criação de pequenos animais com bases agroecológicas, sem uso de agrotóxicos, manejo de pastagem, criação de pequenos animais de forma sustentável, viveiro de mudas nativas, compostagem e outras.
Por fim, o grupo conheceu a Unidade de Processamento e Extração de Multioleos da Cooperativa Grande Sertão, onde foi passada ainda informações a respeito da organização cooperativista.
Segundo a extrativista Luana Barbosa dos Santos, moradora da comunidade de Vereda Grande II, todos tiveram a oportunidade de aprender. Um detalhe que a surpreendeu é que a fábrica reutiliza praticamente tudo que é necessário para consumo. “As cascas das frutas são dadas aos porcos. É possível reutilizar quase tudo, ajudando o meio ambiente e ainda ganhando renda com estas atividades”, disse ela.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Curso de boas práticas para produção sustentável da fruta cagaita

Nos dias 25 e 26 de outubro, a cidade de Chapada Gaúcha (MG) foi palco do curso de Boas Práticas de Manejo e Fabricação para Produção Sustentável de Cagaita (Eugenia Dysenterica), com a presença de agricultores e agricultoras das Comunidades de Vereda Grande I, Vereda Grande II e outros participantes ligados as ações na bacia do Rio Peruaçu.
A cagaita é uma planta do Cerrado e Pertence à família Myrtaceae, a mesma da jabuticaba, goiaba, jambo, araçás e eucaliptos. Seu uso pode ser alimentar, medicinal e paisagístico.
O evento abordou boas práticas de manejo das Cagaiteiras e formas de geração de renda com a fruta. Para as agricultoras Dona Benvina Nunes Leite e Maria José Ferreira, da comunidade de Vereda Grande I, produtoras de geleias e doces, o curso foi uma oportunidade e um incentivo para que produzam seus produtos de forma mais eficiente.
A comunidade delas é também conhecida como “terra da cagaita”. Agora com a abertura futura do Parque Nacional das Cavernas do Peruaçu, elas esperam atrair os turistas.
O instrutor do curso, José Fábio Soares, espera ter superado as expectativas do presentes ao apresentar os muitos benefícios e possibilidades de produtos que podem ser feitos da fruta – muitas vezes desperdiçada.
O coordenador do Projeto, Joel Sirqueira, avaliou que o sucesso da capacitação foi resultado da competência da equipe, dos incansáveis parceiros sempre prontos a contribuir, e aos coletores e coletoras sempre dispostos a aprimorarem seus conhecimentos. “Tudo foi planejado e executado em pouco tempo, pois precisamos de liberação do recurso e tinha a questão da safra, pois não podemos capacitar extrativistas sem a matéria-prima. Mas tudo deu muito certo!”.
A fruta cagaita

terça-feira, 17 de setembro de 2013

INTERCÂMBIO PROPORCIONA TROCA DE EXPERIÊNCIAS ENTRE AGRICULTORES/AS DO NORTE DE MINAS GERAIS

Por Paula Alves
Comunicadora Popular Cáritas Diocesana de Januária 

Entre os dias 10 e 12 de setembro agricultores e agricultoras do Peruaçu – MG participaram de um Intercâmbio no Norte de Minas Gerais com o objetivo de conhecer as experiências exitosas da região na área de cooperativismo, agricultura familiar, organização comunitária, artesanato e educação no campo.  O intercâmbio teve a participação de 45 pessoas com maioria de jovens e mulheres, a troca de experiências, os novos conhecimentos adquiridos e a convívio durante a viagem foram considerados como os momentos mais ricos de toda atividade.

Casa de Semente Crioula na Comunidade Barra do Tamboril 
A primeira visita ocorreu na Comunidade de Barra do Tamboril a 100 km da cidade de Januária, é nesse local que fica o Banco de Semente Crioula de uso comunitário e que tem como Presidente e guardião Jaime. Os participantes puderam conhecer a grande variedade de sementes guardadas (milho, feijão, arroz, abóbora,) e aprender sobre o funcionamento do Banco que ocorre através de um sistema de trocas entre os usuários visando à preservação das sementes e soberania dos agricultores familiares.



Criação de caprinos na Comunidade de Quatis
Na cidade de Chapada Gaúcha a visita foi na Comunidade de Quatis, na área do senhor Zé Augusto que possui criação de caprino a mais de 60 anos.  Ele e seu filho, Célio Lopes, explicaram como funciona esse tipo de criação, desde a quantidade de leite que o animal produz até os cuidados com a limpeza do curral. Seu Juscelino de Oliveira da Comunidade de Vereda Grande I que receberá umas das unidades demonstrativas previstas no Projeto Peruaçu – criação de pequenos animais – disse que achou a produção muito bonita e que não vê a hora de começar a mexer com os bichos e completou afirmando “Eu estou com muita disposição e depois de tudo o que vi e tendo ajuda a gente vai conseguir fazer bonito também”.

A visita seguinte foi na Cooperativa Regional de Produtores Agrissilviextrativista Sertão Veredas (COOP. Sertão) também na cidade de Chapada Gaúcha. Joel Araújo Siqueira responsável técnico pela cooperativa falou sobre os frutos do cerrado e os produtos que podem ser produzidos a partir do seu beneficiamento: farinha de pequi, óleo de buriti, mel, rapadura de baru, polpa de suco e picolé de variados sabores.  A cooperativa realiza extrativismo sustentável dos frutos do cerrado que são colhidos pelos agricultores (as) familiares ajudando na renda da família.

Cooperativa Sertão Veredas na Chapada Gaúcha 


Sede da ACOMA na Comunidade de Barra do Pequi
Na Comunidade de Barra do Pequi situado no Distrito de Serra das Araras os participantes conheceram a experiência da Associação Comunitária Mãe Ana de Lourdes (ACOMA) que através da organização e da luta conquistou melhorias para a comunidade.  A sede da associação é um dos exemplos, construída com tijolos ecológicos feitos pelos próprios moradores da região, possui biblioteca, telecentro com internet, sala de costura e cozinha.  Lourdes Araújo Barbosa, presidente da entidade, contou que todas essas conquistas é fruto da força e da união de todos. As mulheres da ACOMA, por meio do grupo Mãos da Arte, também fazem artesanato como bolsas com frases de escritores (as) da literatura brasileira, chaveiros, bonecas, tudo isso gera renda para as famílias e incentiva a organização das mulheres.


Ciranda feira na EFA
A última visita do intercâmbio ocorreu na Escola Família Agrícola (EFA) de Tabocal na cidade de São Francisco. A EFA é uma escola que utiliza como método a Pedagogia da Alternância em que os estudantes permanecem na escola por 15 dias e depois voltam para suas casas por mais 15 dias. Nessa escola os educandos estudam a leitura, a escrita, a matemática, a tecnologia e também aprendem a trabalhar com a terra, com as plantas, os animais e a conviver e se interagir com a realidade agrícola incentivando a formação integral dos alunos e a promoção do meio rural. Durante a visita os participantes foram recebidos com muita alegria pelos estudantes da EFA que apresentaram com orgulho as instalações da escola.  Roseli Vieira de Menezes da Comunidade de Várzea Grande disse que deseja ver seu filho de 3 anos estudando na EFA para que ele valorize a vida e o trabalho no campo.

Ao final, participantes avaliaram o intercâmbio como importante, pois permitiu ver experiências de sucesso que eles não imaginavam que existisse. Dona Arlinda Corrêa da Comunidade de Vereda Grande I disse que “A gente precisava desse encontro para ver as coisas, porque a gente agora sabe que se o povo unir a gente consegue conquistar tudo”. 

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Resultado final TDR's nº 004 e 005/2013-Contratação de Técnico Administrativo e Técnico em Agropecuária/Ambiental.

COOPERATIVA REGIONAL DE PRODUTORES AGRISSILVIEXTRATIVISTAS SERTÃO VEREDAS 
Prezados Senhores (as),
 Nossas cordiais saudações.
Conforme os Termos de Referências nºs 004 e 005/2013 do Projeto Extrativismo Vegetal Sustentável - Mosaico Sertão Veredas - Peruaçu AC FSA CAIXA nº: 0007.007/2011. cerrado, para a contratação de Técnico Administrativo e Técnico Agropecuário/Ambiental para o núcleo Peruaçu para atuar no Projeto Extrativismo Vegetal Sustentável, sob a execução da Cooperativa Sertão Veredas.
Comunicamos que os profissionais selecionados foram:
- Regiane Rodrigues Barbosa - Técnica em Administração
- Erick Diogo Sales - Técnico em Agropecuária
Ficamos muito gratos pela atenção desprendida e tivemos também o cuidado em analisar cada currículo minuciosamentelevando em alta consideração a experiência e interesse demonstrado em participar do projeto.
Atenciosamente,
Eric Vieira da Silva
Presidente da Coop Sertão Veredas.

domingo, 15 de setembro de 2013

Água Brasil entrevista parceiro no Peruaçu (MG)

Joel e Manoel, parceiros do Água Brasil, e Vinicius Pereira, técnico do programa na bacia

Joel Araújo Sirqueira é o técnico responsável pelo núcleo do Peruaçu no Projeto Extrativismo Vegetal Sustentável (PEVS), do Mosaico de Unidades de Conservação Sertão Veredas Peruaçu (MSVP). Um parceiro importante do Água Brasil na região, ele acaba de ser escolhido para coordenador geral do projeto que abrange, além do Peruaçu, os núcleos Pandeiros e o Sertão Veredas.
O técnico do Água Brasil na bacia do Peruaçu, Vinícius Pereira, fez a entrevista abaixo com Joel. Confira!
 Quais são os desafios que você vê para a consolidação da cadeia do extrativismo no MVSP?
Além de ser fonte de renda de importância singular para muitas famílias, o extrativismo no Mosaico Sertão Veredas Peruaçu é também uma questão cultural, social e logicamente ambiental.
Os desafios são muitos e enormes, porém a vontade de superá-los é ainda maior em razão do projeto extrativismo vegetal sustentável, o qual já atuava como técnico, e agora assumo a coordenação como por parte do extrativista.
Praticamente todas as comunidades demandam estrutura básica para trabalhar seus produtos. Dentre os desafios, temos as estradas em condições ruins, que dificultam o escoamento da produção, o acesso à água de qualidade, além dos entraves burocráticos.
E quais são os caminhos para avançarmos nesta estruturação?
Muitos desses desafios serão resolvidos em breve graças à intervenção de nossa equipe em conjunto com uma rede de parceiros, sem os quais não conseguiríamos resultados satisfatórios.
Um exemplo, vamos adquirir equipamentos para a implantação de mini usinas de beneficiamento e unidades de recebimento dos produtos da sociobiodiversidade ainda neste ano.
Muitas ações previstas no PEVS-MSVP também compõe o escopo de outros projetos e programas, como o Água Brasil e o projeto Peruaçu. A ideia é juntar forças para otimizar recursos e alcançar resultados melhores.
A comercialização do excedente hoje é também um grande desafio. Acredito que teremos a solução nos programas governamentais, como o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), porém com foco também em eventos e feiras livres. O ideal seria a venda para alimentação escolar constantemente, aumentando a renda do extrativista e possibilitando uma alimentação saudável e de procedência confiável na escola. É lógico que ainda estamos longe do ideal, mais já podemos vislumbrar essa realidade bem próxima e vamos buscar concretizá-la.
Recordo-me do que ouvi em um de nossos eventos com comunidades agroextrativistas, que de fato nos faz refletir sobre a importância do nosso trabalho: “Antes a gente enxergava o Cerrado em pé como problema, pois nois precisava plantar roça, agora sabemos que dá pra fazer as duas coisas e que o Cerrado é nossa fonte de alimento e de renda, se não tiver cuidado com ele, não tem quem cuide de nois”.
Essas foram as palavras de um agricultor familiar e extrativista durante a avaliação do curso de capacitação em manejo e beneficiamento do Araticum (Annona Crassiflora). Isso nos faz mais fortes e nos traz a esperança por um meio rural em equilíbrio com o meio ambiente.
Como você vê o trabalho do Água Brasil e do projeto de extrativismo no Peruaçu?
Coincidentemente, as ações do Programa Água Brasil no Peruaçu tiveram início com o projeto extrativismo MSVP. Tivemos avanços significativos.
Tive a honra de acompanhar “o plantio das primeiras sementes” e, atualmente, já podemos observar que os efeitos superaram as projeções. A intenção agora é consolidar cada vez mais essa parceria e demais parcerias institucionais.
Tanto o trabalho de revitalização do rio Peruaçu quanto o fortalecimento da cadeia produtiva do extrativismo se tornaram muito mais que um trabalho, vejo hoje como uma missão, pois as comunidades envolvidas se entregaram aos propósitos e, com certeza, almejam resultados cada vez mais consistentes.
Por que temos que preservar os recursos hídricos da região?
Á preocupação com os recursos hídricos da região do Peruaçu é enorme devido à velocidade em que a água se torna indisponível para aquelas famílias, recordo que em 2006 corria água cristalina onde hoje é leito seco e buritizal sem vida nesse rio Peruaçu.
Sem água não se consegue também trabalhar com extrativismo, agricultura familiar… Impossibilita até mesmo que essas famílias tenham uma vida digna naquela região, por isso a confiança e a expectativa em nossas ações por parte de toda essa gente que acredita no Programa Água Brasil, no Projeto Extrativismo do MSVP, no Projeto Peruaçu e em outros projetos que foram construídos de forma conjunta entre as iniciativas que atuam no Peruaçu.
Com essas parcerias, vamos fortalecer associações no apoio à gestão de empreendimentos e no manejo de produtos florestais não madeireiros.
Mas não paramos por aí! A cada edital ou chamada pública, iremos nos mobilizar para buscar recursos, a tendência é que essa rede cresça cada vez mais para realizarmos mais ações e ações continuadas.